E eu continuo andando, posso dizer que nem sempre andei sozinha, pessoas ao meu lado fizeram toda diferença, quanto tempo faz? Quantos amigos foram? Continuei seguindo pelas linhas tortas que eu construí no meu desenho cego, foram palavras bem ditas, respira fundo, abaixa a cabeça, quantas vezes repeti? O tempo passou, passou rápido demais, sonhos e planos esquecidos, superados, realizados, lembranças guardadas atras da porta, embaixo do tapete, em cima do telhado, medo delas caírem um dia de lá. Posso dizer que sou uma pessoa que sabe o que faz, mas nem sempre faz o que sabe, medrosa, impulsiva. Talvez eu tenha andado rápido demais, o tempo passou tão depressa, Velha? Madura? Nenhum dos dois, continuo a mesma menina de sempre, mesmos erros, mesma imaturidade, o tempo passou, esse coração aqui acelerando e desacelerando no meio do caminho foi forte, o tempo passou tão rápido, eu nem sei o que eu fiz direito, as historias infantis agora já não me fazem sorrir quanto antes, filmes não me seguram sentada no sofá, festas já não me tiram o sossego, um dia ainda vou pegar minhas bagagens, não as roupas, mas as historias, ainda vou sair pelo mundo, contando e escrevendo historias, colecionando vidas, só espero que seja rápido ou talvez eu fique, velha demais. (…)