quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


(...) Ser íntimo de alguém é você cantar sem medo de estar desafinado, em alto e bom tom. É você abrir suas mais profundas ideias sem medo de ser ridículo por achar que realmente o homem nunca pisou na lua ou assumir que já acreditou naquele filme, a Teoria da Conspiração.
Ser íntimo é conseguir olhar nos olhos. É ter medo de dizer eu te amo, mas dizer mesmo assim, em várias línguas e com um sotaque horroroso. E, mesmo assim, ser fofa. Intimidade é você mostrar uma foto sua de criança, quando sua mãe fez aquele corte ridículo no seu cabelo e você teve vergonha de todos os amiguinhos da escola.
É assumir que não sabe cozinhar e se esforçar mesmo assim. É tirar os sapatos depois de um dia inteiro de trabalho e pedir um abraço. É dizer que não tem problema se ele acabou de comer uma pizza calabresa cheia de cebola, que gosta do beijo mesmo assim. Mas ainda assim oferecer uma balinha de menta e dar aquele sorriso de canto.
É não conseguir esconder que ficou brava sem razão, simplesmente porque estava na TPM; não conseguir esconder que saiu pulando de alegria quando ele mandou aquela mensagem com uma única palavra: saudades…
Intimidade é assumir que sabe todas as letras do Legião Urbana, que já quis ser igual à Sandy e que, quando está sozinha, ainda chora assistindo a Friends ou Gilmore Girls.
Intimidade vai além do físico. Ser íntimo é não ter medo de dividir seus pensamentos, aqueles mais profundos que te deixariam vermelha numa discussão em uma grande mesa de jantar. Ser íntimo é entender que até no silêncio há diálogo. Você só tem intimidade o bastante com alguém quando consegue ficar quieta ao lado da pessoa sem se incomodar com isso. Você só consegue atingir esse grau quando as mentes caminham na mesma frequência.
Intimidade é você não precisar do outro para viver, mas querer viver com ele mesmo assim.
Carol Tavares.

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